Separar finanças pessoais e da empresa: O segredo para o Sucesso
- Anderson Matheus
- 1 de out. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 2 de out. de 2024
Saiba por que misturar contas pode comprometer sua empresa e como definir corretamente seu prolabore para garantir a saúde financeira do seu negócio

Manter as finanças pessoais separadas das finanças da empresa é uma regra de ouro para qualquer empreendedor que deseja ver seu negócio prosperar. Muitos acabam cometendo o erro de misturar esses recursos, o que compromete o planejamento financeiro, prejudica a saúde da empresa e pode, a longo prazo, levá-la ao fracasso. Neste artigo, vamos explorar por que essa separação é fundamental, como definir um prolabore de forma eficiente, e como lidar com a questão da remuneração se você tem sócios.
O Problema de Misturar as Finanças
Misturar as finanças pessoais com as da empresa é um dos erros mais comuns entre empreendedores, especialmente aqueles que estão começando. Muitas vezes, o empreendedor não retira um salário fixo e acaba utilizando o caixa da empresa para pagar suas contas pessoais. A princípio, pode parecer uma solução prática, já que os recursos da empresa estão disponíveis e é mais fácil usar o que já está ali. No entanto, essa prática mascara a real situação financeira do negócio e dificulta o crescimento.
Para começar, um dos pontos que tornam uma empresa viável é a capacidade de pagar o salário do empreendedor, o chamado prolabore. Mesmo que no início você não receba um valor equivalente ao de mercado, é importante que você defina um valor mínimo e cresça conforme o faturamento da empresa permite. Além disso, se as finanças estão misturadas, torna-se praticamente impossível realizar uma análise financeira eficiente da empresa, já que as contas não refletem a realidade do negócio.
Como Definir seu Prolabore

Um passo essencial para separar as finanças pessoais das empresariais é definir o valor do seu prolabore. Ele não é o lucro da empresa, mas sim o seu "salário" como gestor do negócio. O prolabore deve ser visto como uma despesa da empresa, assim como os salários dos funcionários, o aluguel do espaço e as contas de luz. Por isso, mesmo que o negócio esteja em uma fase inicial, é importante definir um valor, ainda que modesto, para seu prolabore. Aqui estão algumas dicas para estabelecer esse valor:
1. Reembolso de Despesas
No início do negócio, é comum que o empreendedor arque com várias despesas da empresa, como transporte, refeições de trabalho, material de escritório, entre outros. É essencial que você faça o reembolso dessas despesas. Mesmo que a empresa ainda não tenha recursos suficientes para cobrir todas essas despesas, é importante que você tenha controle sobre elas e saiba exatamente quanto está investindo.
2. Relacionando o Prolabore às Vendas
Uma forma prática de estabelecer seu prolabore é vinculá-lo ao faturamento da empresa. No início, você pode receber uma porcentagem das vendas, mas conforme o negócio cresce, é importante definir um valor fixo. Um método eficiente é definir um teto máximo para o prolabore. Assim, quando a empresa atinge esse teto, o seu salário passa a ser fixo, evitando que o prolabore cresça desproporcionalmente ao desempenho da empresa.
3. Conta Pessoal e Conta Empresarial Separadas
Outro passo importante é ter contas bancárias separadas para as finanças pessoais e as empresariais. Isso pode parecer simples, mas é algo que muitos empreendedores negligenciam. Se você ainda não tem um CNPJ, abra uma segunda conta em seu nome e use-a exclusivamente para as movimentações da empresa. Isso ajuda a organizar as finanças e a evitar que você use o dinheiro da empresa para pagar contas pessoais ou vice-versa. Quando essa separação existe, a gestão financeira da empresa se torna muito mais eficiente.
O Impacto da Separação no Sucesso da Empresa
Manter as finanças separadas não é apenas uma questão de organização; é um fator determinante para o sucesso da empresa a longo prazo. Quando o dinheiro pessoal e o da empresa estão misturados, você não consegue saber se a empresa está gerando lucro suficiente ou se está apenas mantendo-se à tona com injeções de capital pessoal. Além disso, essa mistura pode limitar o crescimento da empresa, pois você não terá uma visão clara dos recursos disponíveis para investimentos futuros, como a contratação de novos funcionários, a compra de equipamentos ou a expansão do negócio.
Empresas que mantêm o hábito de não separar as finanças também enfrentam dificuldades em atrair investidores ou conseguir financiamentos. Bancos e investidores precisam ver a realidade financeira da empresa, e se as contas estão confusas, é improvável que eles se arrisquem em um negócio que não consegue demonstrar claramente sua viabilidade.
Se Você Tem Sócios: Como Definir o Prolabore

A questão da remuneração fica ainda mais complexa quando há sócios envolvidos. A regra de ouro continua sendo a separação das finanças pessoais e empresariais, mas agora é preciso também estabelecer regras claras sobre o prolabore e a divisão dos lucros. Existem algumas opções para lidar com isso:
Prolabores Iguais e Divisão de Lucros Diferente: Nesse caso, todos os sócios recebem o mesmo prolabore, mas a divisão dos lucros é feita com base nas cotas de participação de cada um na empresa.
Prolabores Diferentes e Divisão de Lucros Igual: Aqui, os sócios recebem prolabores diferentes, de acordo com suas funções ou níveis de envolvimento na empresa, mas a divisão dos lucros é feita de maneira igualitária.
Prolabores e Divisão de Lucros Diferentes: Essa opção permite uma maior flexibilidade, com prolabores e divisões de lucros distintos, dependendo das responsabilidades e das cotas de participação de cada sócio.
Independentemente da opção escolhida, o importante é que todos os sócios estejam de acordo com as regras estabelecidas e que essas regras sejam seguidas à risca. O não cumprimento pode gerar conflitos internos e prejudicar a operação do negócio.
Conclusão: A Separação como Base da Gestão Saudável
Separar as finanças pessoais das empresariais é um dos primeiros passos para garantir uma gestão saudável e eficiente da sua empresa. Além de evitar erros comuns como a falta de controle financeiro e a confusão nas contas, essa prática permite que você tenha uma visão mais clara do desempenho da empresa e tome decisões mais informadas sobre seu crescimento.
Definir um prolabore justo e criar uma estratégia sólida para a remuneração dos sócios também são fundamentais para manter o negócio funcionando de forma sustentável. Lembre-se de que a empresa não é uma extensão da sua conta pessoal, e manter essa separação é o caminho mais seguro para alcançar o sucesso a longo prazo.
Se você já adota essa prática, compartilhe suas dicas nos comentários e ajude outros empreendedores a manterem suas finanças em ordem!
Comments